Drogas para Controlar Colesterol

Precisamos Realmente de Drogas?

Você provavelmente já sabe que eu não sou fã de medicamentos. Vou continuar dizendo que o corpo humano tem seus próprios mecanismos de regulação e que devemos usar comida como remédio. Essa mentalidade é ainda mais importante à medida que envelhecemos. Caso contrário, precisaremos usar aquelas caixinhas de remédio para nos ajudar a gerenciar os comprimidos. Neste post, vou falar especificamente sobre drogas para controlar colesterol. Isso porque a 22% das pessoas acima de 45 anos estão usando medicamento para controlar esse indicador.  

Controle de Colesterol

Desde os meus vinte e poucos anos, escuto meu sogro falar da sua dificuldade em baixar o colesterol. Por um bom tempo ele restringiu gorduras e têm tomado estatina há anos. No entanto, seus níveis de colesterol são consistentemente altos. A estatina deveria diminui os níveis de colesterol e supostamente reduzir o risco de doenças cardiovasculares, ataques cardíacos e derrame. Entretanto ela nem sempre funciona, como é o caso do meu sogro. 

O Que São Estatinas

As estatinas são os fármacos mais prescritos no mundo. Sua função é reduzir a lipoproteína de baixa densidade (LDL), conhecida como colesterol ruim. De acordo com o Dr. David Jockers, existem sete tipos de medicamentos cujo princípio ativo é estatina  disponíveis no mercado. Os nomes comerciais são Lipitor, Pravachol, Zocor, Livalo, Nikita, Altoprev, Mevacor e Crestor. 

Dr. Jockers é médico naturopata especializado em nutrição funcional. É o fundador do DrJockers.com, um site criado para informar as pessoas sobre soluções naturais, comprovadas cientificamente, que podemos usar para reverter e amenizar vários problemas de saúde.

Como a Estatina Funciona

A estatina bloqueia a atividade da enzima hepática HMG CoA Redutase, responsável pela produção de todos os tipos de colesterol. A estatina também reduz a produção de Coenzima Q10, um potente antioxidante que é parte integrante do processo de geração de energia nas células. A teoria que justifica as drogas para controlar colesterol é que, se você tiver altos níveis de colesterol no sangue, pode ocorrer acúmulo de placas nas artérias. O acúmulo pode levar ao estreitamento ou endurecimento das mesmas e, consequentemente, ao maior risco de coágulos, ataques cardíacos e derrame. Mas será que essa teoria é verdadeira? Será que a redução do colesterol realmente salva vidas?

Papel das Gorduras

Após anos sendo considerado vilão, estudos recentes mostram que o colesterol “ruim” desempenha um papel importante no nosso metabolismo – sendo essencial para o funcionamento celular. A principal função da lipoproteína de baixa densidade (LDL) é transportar colesterol e nutrientes lipossolúveis, como as vitaminas A, D, K e E, para as células. Hormônios importantes como testosterona, estrogênio, e progesterona também são feitos de colesterol. Assim como o cérebro, cuja constituição é 60% gordura – 30% sendo colesterol. Portanto baixos níveis desse lipídio causam fadiga, fraqueza, perda de memória e doenças degenerativas. A faixa ideal para o LDL é entre 100–200 mg/dL.

Já o colesterol HDL ajuda a limpar o sangue das partículas de LDL e as transporta para o fígado para reciclagem. Se o LDL fica na corrente sanguínea por muito tempo, aumenta o risco de inflamação crônica e de doenças cardíacas. A faixa ideal para o HDL é entre 55 – 80 mg/dl.

Os Triglicerídeos são um tipo de lipídio que participa da geração de energia nas células, e portanto, também vitais. A faixa ideal de triglicerídeos é entre 40 – 80 mg/dl.

De acordo com o Dr. Jockers, o mais importante no painel lipídico é a proporção entre esses três tipos de gordura.  A razão ideal de LDL/HDL é 2:1 (3:1 ou menos está ok). Já a razão Triglicerídeos/HDL ideal é 1:1 (2:1 ou menos está ok). Se as proporções estiverem dentro do recomendado, um colesterol total entre 180 – 300 mg/dL será considerado inofensivo, mesmo estando acima de 200 mg/dL.

Eficácia da Estatina

Uma meta-análise de 26 experimentos aleatórios, publicada na Lancet em 2017, mostrou que as estatinas diminuiram a mortalidade em 10% dos casos. No entanto, olhando os testes com mais cuidado, as taxas de mortalidade passaram de 2,3 para 2,1%, apenas 0,2% de redução em número absoluto. Além disso os experimentos foram feitos com indivíduos de alto risco, do sexo masculino e de meia-idade, que já tinham sofrido pelo menos um ataque cardíaco.

Olhando para a mortalidade causada por problemas cardiovasculares em geral, as estatinas reduziram de 1,3% para 1,2% das mortes. A conclusão é que 98,2 indivíduos de alto risco em cada 100 não tiveram quaisquer benefícios com o uso de estatina.

De fato não há evidências de que a estatina possa beneficiar homens sem doença cardíaca pré-existente. Também não há evidências de que a droga possa ajudar mulheres com ou sem problemas cardíacos.

Efeitos Colaterais

Um estudo de 2019 publicado na Diabetes Metabolism descobriu que as estatinas podem dobrar o risco de diabetes. O risco é ainda mais alto para aqueles que estão tomando a droga por 2 anos ou mais. Outro estudo de 2019 publicado no British Journal of Clinical Pharmacology descobriu que as estatinas também podem aumentar o risco de infecções cutâneas por estafilococos em 40%. Eles encontraram taxas semelhantes de infecções de pele naqueles com e sem diabetes, o que sugere que as infecções não eram apenas uma complicação do diabetes, mas um efeito colateral das estatinas. 

Mais Efeitos Colaterias

Outros efeitos colaterais comuns da estatina são dores de cabeça, sonolência, níveis elevados de açúcar no sangue, tonturas, dores e fraqueza musculares, problemas digestivos, dificuldade para dormir, vermelhidão e erupções cutâneas, e baixos níveis de plaquetas. Coincidência ou não, meu sogro tem sofrido com psoriasis por pelo menos duas décadas. Efeitos colaterais menos comuns podem incluir perda de cabelo, formigamento, dormência, sensação de agulhas na pele, inflamação no fígado e no pâncreas, disfunção erétil, baixo desejo sexual, perda de memória ou confusão mental, e até neuropatia.

Fatores de Risco

Além da extensa lista de possíveis efeitos colaterais, existem certos fatores que aumentam a probabilidade de aparecimento destes efeitos nos usuários de estatina. Ser mulher, ter 65 anos de idade ou mais, ser do tipo mignon, consumir álcool, ter doença hepática ou renal, e deficiência de vitamina D são os principais. Essas informações são suficientes para embasar a minha decisão de não usar medicação para controlar a minha saúde. Mas, se você quiser ir além, te convido a ler o artigo completo, e muito bem ilustrado, do Dr. Jockers sobre o assunto.

Abordagem Natural

Como fazer pra controlar o colesterol sem usar drogas? Uma dieta anti-inflamatória, com comida de verdade, rica em nutrientes é a recomendação geral para reduzir e evitar colesterol alto e qualquer outro tipo de problema de saúde. Cortar o açúcar, os óleos refinados, glúten, laticínios, carne, embutidos, alimentos ultra processados cheios de ingredientes artificiais beneficiará sua saúde muito além dos níveis de colesterol.

Uma dieta rica em verduras, legumes, frutas, ervas, especiarias, alimentos fermentados, leguminosas, castanhas e sementes é a maneira ideal de usar comida como remédio. Tenha em mente que a natureza não produz gorduras maléficas, as fábricas sim. Além disso, comer comida de verdade não tem efeitos colaterais!

Se você optar por consumir produtos de origem animal opte por carne, laticínios e ovos de animais criados no pasto, peixes e frutos do mar selvagens. Esses produtos podem ser um pouco mais caros mas, é um investimento na sua saúde. Com certeza você economizará na farmácia.

Escolha produtos orgânicos sempre que possível. Se as opções orgânicas são mais do que o seu orçamento permite, restrinja os orgânicos aos alimentos que são campeões em resíduos de pesticidas. O EWG – Environmental Working Group, publica anualmente a lista dos alimentos mais contaminados para que você tenha dados para fazer uma boa escolha.

Lembre-se: Bom é o que te faz bem!

Anna Karina.

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