Driblando a Epidemia da Solidão

Comunidade

Eu acredito no poder transformador da vida em comunidade. Comunidade no sentido literal da palavra – um grupo de pessoas que vivem na mesma área geográfica unidas por interesses comuns. O ser humano é um ser social, fomos criados pra viver em grupo, pra nos relacionar. Está na nossa constituição biológica, não há como negar. No entanto estamos vivendo numa época que muitos especialistas têm chamado de a Epidemia da Solidão.

Solidão

Dois em cada cinco americanos afirmam que às vezes ou sempre se sentem sós ou socialmente isolados. A pandemia de COVID-19 passou mas, a epidemia da solidão não. Nos EU a taxa de mortalidade por suicídio, drogas e álcool recentemente ultrapassou o récorde do início do século XX, quando houve um pico de mortes por alcolismo. Em pesquisa realizada pela American Psychological Association em 2019, três em cada cinco adultos reportaram necessidade de mais suporte emocional do que o recebido no ano anterior. Este foi o pior resultado desde a inclusão dessa pergunta na pesquisa em 2014.

Impacto na Saúde

Em Janeiro de 2019, antes mesmo da pandemia de COVID, o HRSA publicou um artigo chamado “Loneliness Epidemic“, onde foi relatado que a solidão faz tão mal à saúde quanto fumar quinze cigarros por dia! O HRSA – Health Resources and Services Administration, é um órgão do governo americano que presta serviço social para populações de risco. Se você já se sentiu sozinho ou conhece alguém que vive só, sabe bem como é. Mais dados só vão bater na mesma tecla.

Driblando a Epidemia da Solidão

Acredito que a forma mais fácil e viável de driblar a epidemia da solidão é através da vida em comunidade. Há muitos anos eu venho cultivando a ideia de juntar um grupo de amigos para envelhecermos juntos. Recentemente descobri que esse tipo de comunidade já existia. O modelo, chamado Cohousing, surgiu na Dinamarca no final dos anos 60. Nele a comunidade é formada intencionalmente por pessoas com afinidades. As configurações variam mas, normalmente são casas individuais ao redor de uma área comum, um formato que proporciona uma maior interação social entre os vizinhos e também traz benefícios econômicos e ambientais.

Vilarejo, Um Sonho

Desde então venho sonhando em formar meu próprio cohousing, chamado Vilarejo. Na minha cabeça ele fica num lugar bucólico bem lindo, onde vivemos uma vida ativa em harmonia com a natureza. Cada família tem sua própria casa mas, passamos as noites juntos na área comum cujo ponto alto é o salão do café Plant& Poesia. O café é um lugar aconchegante com mesas e sofás, decorado com plantinhas, fotos e poemas de poetas ilustres. Outra parte vital da área comum é a cozinha semi-industrial, chamada Bliss Point Cuisine, onde preparamos deliciosas refeições, saudáveis claro!

Vida Social

A vida social é intensa no Vilarejo. O café tem uma programação de eventos diária que nos mantém física e mentalmente ocupados. Cada noite da semana é dedicada a uma arte. Nas noites de música temos cantores convidados, aulas de canto ou Karaokê. Nas noites de poesia declamamos poemas que tocam os nossos corações. Dançamos até suar nas noites de dança quando nos aventuramos em diferentes estilos. Nos divertimos a valer nas noites de jogos exercitando nosso cérebro. Nas noites de culinária nos revezamos no preparo de novas delícias para agraciar o grupo. Temos ainda noites dedicadas à exercitar a criatividade com pintura, escultura e desenho. E como não poderia faltar, temos o clube do livro, para manter viva a chama da literatura.

Vida Ativa

A vida é fisicamente ativa no Vilarejo, afinal os moradores compartilham o desejo de viver uma vida longa e saudável. Para manter o corpo são, temos um studio onde podemos praticar yoga, fazer ginástica e musculação. Temos ainda trilhas para caminhadas até a praia e ciclovias que levam à cidade. O objetivo é que todos tenham a oportunidade de se exercitar da forma que os diverte, de preferência, todos os dias.

Vida Sustentável

Outra conceito importante no Vilarejo é sustentabilidade. As construções aproveitam ao máximo a luz e a ventilação naturais. O paisagismo é uma mistura de plantas nativas e comestíveis. Temos um pomar e uma horta orgânicos onde cultivamos a maior parte da nossa comida. Reaproveitamos a água da chuva para irrigação e usamos energia solar. Vivemos conforme o princípio de resíduo zero, compostando todo o resíduo orgânico, usando materiais duráveis e reciclando o máximo possível. Carro só para compras e viagens.

Visitas

Temos casas extras que usamos para receber nossos filhos e visitantes. Quando não temos nem um nem outro, alugamos as casas no estilo Bed & Breakfast. Assim damos oportunidade à outras pessoas de conhecerem nosso estilo de vida. Nossa comunidade está de portas abertas para receber grupos que queiram visitar e aprender o conceito. Quando nossos filhos vierem se juntar a nós de forma permanente, vamos ensinar aos nossos netos como viver em comunidade. Eles terão a oportunidade de experimentar a vida em comunhão com a natureza e com o universo, sem a menor sombra de solidão.

Esse é propósito maior desse projeto. Crescer e expandir um estilo de vida saudável em comunidades sustentáveis, em prol de um futuro melhor para as nossas crianças.

Sonho ou Realidade

O Vilarejo será real em 2031 mas, na minha cabeça ele está mais concreto do que nunca. Escrever sobre ele é uma forma de exercitar a visualização e lançar o sonho pro universo. Assim como Dr. Josh Axe, eu acredito no poder da visualização, da manifestção e da afirmação.

Esse projeto tem o potencial de mudar a realidade da nossa sociedade. Já sabemos que funciona nas Zonas Azuis da Felicidade de Dan Buettner e em outros cohousings ao redor do mundo. Visualizar é o primeiro passo, a fase zero desse projeto maravilhoso! Em breve passaremos à execução!

Sonhar também faz muito bem pra saúde!

E Bom é o que te faz bem!

Anna Karina.

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